sábado, 22 de janeiro de 2011

A ESTRELA DE CARNE E OSSO



Das ruas
calças jeans
falta de banho
estômago vazio
um cigarro
um baseado

Filas
esperas
custosas
oportunidades vãs

Olhares de rufiões
cantadas descaradas
vontade de voltar
pra casa sumir no mundo

Uma noite dormida
volta a doença de brilhar
precisa da mídia, mídia a
toda prova na energia do
feijão do arroz do calor
da dor do sorriso do rufião

Chega-se a linha tênue
entre a loucura e sanidade

Um dia por milagre
a estrela se ascende
no firmamento ainda
que seja para imbecis
fanáticos moralistas
capitalistas negociadores
doentes carentes a estrela
perde seu brilho interior

Virou estrela do povo
o povo é povo precisa
ganhar dinheiro viver
iludir amar a atriz
e ela está farta da mídia
não precisa da mídia
mas a doença é incurável
e todos vivem dessa loucura

Quer voltar mas não
há mais caminho ele
se desfez na curva
da esquina

Do outro lado da rua
a estrela enxerga o
rapaz adolescente
sonhador passando
de bicicleta que emoção

A estrela é dinheiro
é negócio os homens
não sabem admirar
as estrelas no alto
do céu falta-lhes
mente sã

A estrela do céu
fica com inveja
a distância não
permite o mel
a graça de estar
aqui ao léu com as
multidões


Autor: Roberto de Araújo


1 Comentários:

Blogger Juscélia Sousa disse...

Quero absorver as nuances dos dias,sem os exageros de quem bebe a vida. Para que não perca o brilho, não perca a graça. Quero poder ir e voltar sem o infortúnio do não. Quero compartilhar o fardo para chegar mais longe.
Quero o brilho próprio das resistências do dia a dia, o suficiente que me dê alegria e mente sã, "não quero a distancia que não permite o mel a graça de estar ao léu com as multidões."

Lendo Roberto de Araújo... aprendendo.

Obrigada por compartilhar.

23 de janeiro de 2011 às 03:08  

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