O TESTAMENTO DOS NOSSOS DIAS
Antes de fechar os olhos
dê-me a graça de enxergar
o céu como uma criança!
Antes de fechar os olhos
dê-me o calor do aperto
de mãos do verdadeiro amigo!
Antes de fechar os olhos
quero todas as mulheres bonitas
lamentando a prestes partida!
Antes de fechar os olhos
quero a glória do meu Clube
mais uma vez campeão!
Antes de fechar os olhos
quero ver a paz irrestrita
entre os homens do planeta!
Antes de fechar os olhos
quero dançar todos os rítimos,
samba, jazz, blues e a valsa vienense!
Antes de fechar os olhos
não quero que tenham pena de mim,
mas que reverenciam todas as baladas da mocidade!
Não quero choro, mas a alegria dos amigos
de terna lembrança e esperança eterna
dos campos lindos, que aprendemos a liberdade!
Não quero flores rochas mas verde-rosa da
Mangueira com mulatas sambando o batuque
quente que põe a gente tão Brasil!
Não quero cafezinho, quero alcool
do cuba libre e a melodia mais sensual,
a mão quente do amor!
Quero todos os bichinhos de estimação
acarinhando-me da forma mais amorosa,
não quero a viagem sozinho!
Quero a vitória de todo o passado,
não quero a derrota de lágrimas
que derramam ou contidas...Para que?
Oh natureza me deixe confundir
com o seu essencial humus,
de ti não sei me separar!
Antes de fechar os olhos
sintam cada um o porquê do mundo e a marcação
do surdo não vai deixar meu coração de luto!
Por fim não quero meu corpo esquartejado
como o de Oswald de Andrade em cada parte da cidade,
quero a unipresença do estar entre amigos!
Que a poesia cambaleante não morra,
corações apaxonados tragam-lhe o vigor.
Espero que uma flor nasça e floreça o amor!
Autor: Roberto de Araújo
1 Comentários:
Lindo seu poema, porém muito triste... digo o mesmo para os que me rodeiam, mas quando se ama alguém de verdade, quando se tem uma amizade pura e verdadeira por quem nos deixa... é inevitável conter as lágrimas, a vontade de pedir a pessoa que não nos deixe... tenho palavras de consolo escritas em um diário para pessoas que são muito importantes para mim, onde peço para que não sofram a minha ausência, mas que recordem com alegria o meu viver...
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