segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PARALELAS




mergulho no ontem
ao som dos sinos da matriz

nas seresteiras madrugadas
nos sonhos pueris e estudantis
no sangue da população
no sorriso do bêbado
sempre me transfundi

em marcha ré
retorno ao apito do trem

minha mãe embala-me
ao ritmo da locomotiva

na távola o trem fantasma
viajava penetrando em meu corpo
e na realidade da Maria-fumaça
ressurge o País imaginário
do projeto que descarrilou


Autor: Roberto de Araujo

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