domingo, 5 de setembro de 2010

A INOCÊNCIA DO ESPERMA


Para os moralistas de plantão

O esperma no terreno
da probabilidade sem culpa
fecundou o óvulo no
turbilhão das expectativas!...

O DNA já cravado
nesse novo ser
nunca se libertará
do seu destino genético,
patético, frenético, poético e tal!...

Nascido no berço, no beco,
no ralo do esgoto, no cimento,
não há escolha, há causalidade,
do aconchegante ou despresível!...

O anti-dna, o soma externo,
completa a criatura, com frescor,
perfumes ou odor e horror!...

A condição humana
nunca foge a igualdade
do bem ou do mal!...

O DNA e o ANTI-DNA
selam o caminho pré-fixado,
pré-formado, pré-exposto,
pré-composto ou descomposto!...

Seu fim não depende de mim
nem do alecrim, mas do estrato
ou substrato que determina
multiformas de ultimação!...

Não há culpados
não há inocentes
há sementes e precisa-se
anunciar o perdão,
a única forma de superação
do frágil eu, contigo,
comigo e sempre só!...


Autor: Roberto de Araújo

1 Comentários:

Blogger Roberto Pereira disse...

puta soco no estômago dos "falsos moralistas"...

20 de novembro de 2011 às 18:58  

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