domingo, 5 de setembro de 2010

O NOSO SETEMBRO




Sol de setembro nublado,
folheado a ouro, alegra
a terra já quente que
espera brotar as sementes.

Cheiro de café coado...
Cadê Zezé, Miltinho,
Carlinhos, Zé Antônio,
Papai e Mamãe?

Esse cheiro de café,
esses coqueiros com
passarinhos gorjeando,
não precisava de mais nada,
nem de ganhar na loteria!...

Podia ser como na fotografia
nunca apagar nossa infância,
nossa mocidade: Essa vontade
de namorar com aroma de céu e mel.

Como carrocel deviamos
viver na moldura desse
quadro fotografia memória !

Pra que tanta luta..
bastava esse sol de setembro,
essa vontade de brincar na horta,
esse amor no balanço da mangueira.
Onde estará ela, que através do seu
olhar a vida se completava inteira!

Tenho certeza que se ontem
fosse o agora você não teria
negado o beijo de outrora!

A saudade do futebol amador,
onde a camisa valia mais do
que hoje muitos milhões!

Não havia patrões,
melões doces no terreiro,
era doce caseiro o ano inteiro.

Mais muito mais infância
e amor não me deixem só
pensando no próximo setembro,
quero pelo menos ser a fotografia,
porque esta poesia não consegue
eternizar nem apalpar esse momento.

Por que só agora os olhos da saudade
conseguem sentir e comprender tudo?
A metáfora da vida!...


Autor: Roberto de Araújo
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