sábado, 27 de novembro de 2010

VIA(FAVELA)CRUZES



Do sangue justo de
Canudos, o cão,
os homens, os seres
bebiam o mesma
água e o pão repartido!

Restou a ferida aberta
pelos séculos afora,
não foi embora a dor
ficou no olhar perdigueiro,
o amontoado de coisas
e gentes destroçadas!

Das barricadas a flor
da humilhação viajou
longas distâncias e foi
pousar nos morros cariocas
da pobreza sem limites:
A sorte que recebeu os
soldados premiados
pela matança dos
fervorosos seguidores
de Antônio Conselheiro.

De início havia resignação
latente, canção, amor
reprimido, muitos sambas
aos sons de pandeiros.
Brasileiros, a escória desse
País, que transfundiu a
semente da flor da guerra
santa de Canudos à favela
carioca, tanto entulho tanta
desgraça transplantada!

O Estado indiferente
inexistente, por pura
ironia deixou crescer
a favela de gente,
demente, carente de
coração efervescente.
Uma bomba estorou
na mente contra a
perversa repressão!

Hoje há assassinos,
filhos dos assassinos
que sufragou Canudos,
mas a morte é de
genética própria,
há fuzil "AR 15"
há limpeza de novas
Canudos, porque o
mundo é feito
de lixo e luxo,
o País precisa urgente
ser campeão da beleza,
da paz ainda que a custa da
a história de várias Canudos!

Não importa o passado,
não importa a história,
não importa a política,
o Capital deu o ultimato,
o "arrasa quarteirão" ou
então não serve de modelo
para o novos mercadores!...

O mundo é feito de
maldades estratégicas
na hora exatamente certa!


Autor: Roberto de Araújo

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