MIOPIA DA REALIDADE
que sorri em mim
contrapõe a matemática
cruel do tempo
Agora enxergo
a rosa como devia
d'antes relance
e coisas vazias
Só os anos traz
a paz o discernimento
o lamento do tempo perdido
Formalidades discursos
inflamados compromisso
social bestial trabalho
árduo árido
a lei do tempo
e da gravidade
Vejo o céu azul
como nunca
lembro-me
de poucos
amigos imortais
muito poucos
a peça teatral
banhou-se em
dias de hipocrisia
Quero a brisa a água
sorrindo pelas cachoeiras
abaixo a ordem
a disputa rasteira
dos homens que
patrocinam a fome
Socorra-me perpetuando
o largo sorriso de criança
que pulava o muro para
apanhar laranjas doces
como mel o resto
não vale a pena
Autor: Roberto de Araújo
5 Comentários:
Ó, que hermoso, e que profundeza penetra:
"Socorra-me, perpetuando
o largo sorriso de criança
que pulava o muro para
apanhar laranjas doces
como mel..."
Uma olhada nos mitos e, lá está o adulto
indo ao encontro do eu menino, viajando
no tempo, indo e vindo e reunindo os
versos dispersos e transmutando em
poemas cujo objetivo maior é fazer
o poeta nascer, de novo, renascer das
suas cinzas pelas máos de Poesia.
Lindo!
Parabéns, pela profundidade das palavras que nos levam ao contato direto com a Poesia expressa, assim fazendo ser uma poesia de contato direto com a alma.
Vejo o céu azul
como nunca
lembro-me
de poucos
amigos imortais
muito poucos
a peça teatral
banhou-se em
dias de hipocrisia
Que estas palavras possam ser significativas no mundo de hoje.
Parabéns!
Jefferson Alves.'.
O passado é sempre uma boa lembrança no coração de um poeta...
Parabéns!
Adorei a parte: só os anos traz a paz e o discernimento!
Tenho pensado muito nisso e em como sou muito mais feliz hoje do que quando eu era jovem e tinha pressa e urgência para tudo!
Bj
Dea
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