domingo, 23 de outubro de 2011

A CHUVA INTEMPORAL

Recolho-me junto
com a chuva que
cantarola no telhado
de todas as épocas!

Épocas do meu pai
montado no burro bravo
tangendo o gado comportado,
minha mãe fazendo iguarias
para os filhos com os olhos
fervorosos impacientes!

Nós encantávamos com
a Revista Cruzeiro que
desfilavam craques dos
grandes Clubes e a Rádio
Nacional anunciava as
delirantes novelas
de Humberto Faiçal!

Essa chuva brincava
lá fora em melodiosa
dança do caterete
e nós acobertados
sonhávamos com a
juventude que não chegava!

Queríamos assistir filmes
impróprios de mulher pelada,
Brigite Bardot, Elizabeth Taylor
e outras tantas que povoavam
hollywood que delícia infanto-juvenil!

Os amigos eram de verdade
a vizinhança a extensão
da sagrada família!

Rua Tiradentes a lembrança
do grande alférez, Rua Sete
de Setembro a independência,
Rua América e adjacências
as boates de lindas mulheres
que não podíamos entrar!

Que mar de saudade...
que essa chuva traz o
retrato da felicidade
que passou tão rápida
e nós afoitos para sermos
gente grande como meu pai!


Autor: Roberto de Araújo.



5 Comentários:

Blogger Neuza Rodrigues disse...

Antigamente tínhamos valores de família, por que a família tinha peso, família
era cultivada, por interesses de manter o casal e filhos, os filhos para virem
ajudar na lida do campo, ser uma mão a mais para ajudar, tempo que o nosso
governo dava incentivo para o homem permanecer na agricultura, pequena e
média, hoje o governo só saber dar valor a agricultores grandes. Mesmo as
famílias que saíram do campo permaneciam grande e numerosas.
As coisas feitas nesse tempo tinha gosto, pois a interação pessoal com amigos
e irmãos eram bem maiores, eramos obrigados a realizar brincadeiras coletivas
e as coisas feitas para brincar eram de uso manuais, tinhas que fazer, pipas,
pandorgas, carrinhos de lomba, jogar bolinha de gude, taco, brincar de cordas,
jogar futebol, quando alguém tinha uma bola, quando não era feito de meias.
Tínhamos muito pouco as coisas, nada igualada a essa geração atual, que tudo
se compra nas lojas, além de vídeo game, cinema, parques temáticos e a internet.
Tínhamos habilidade manual em usar martelos, chaves de vendas, cerrotes, medir
,cortar, apertar, pregar, soltar, amarrar, força nas mãos e braços. Hoje contudo
formamos uma geração que nada sabe fazer, a não ser reclamar de tudo.
Tempo esse que 24 horas pareceria ser 48 horas, fazíamos muitas coisas e sentíamos
a vontade de o tempo ser maior, hoje não é mais 24 horas, parece ser 12 horas
nada podemos fazer o tempo é curto e os jovens de hoje se cansam fácil demais.
A verdade é que o poder econômico forçou a deixar-nos acelerados e sem tempo,
para as coisas mais simples, que seria cuidar bem de nosso filhos. Faz o ser humano
pretensioso, egoísta e capitalista, uma sociedade que corre atrás do dinheiro e bens
materiais o tempo todo, ficamos acelerados demais, deixando o tempo curto demais
para nós mesmos, sem tempo para pensar em nos e muito menos no outrem, sociedade
individualista e egoísta demais. Relembrar o passando nada custa, os comerciais de
automóveis antigamente apresentavam a família completa, mãe, pai, filhos e animais
de estimação, hoje em dia não, os comerciais são com um único individuo homem ou
mulher, sozinhos dentro dos carros, como arma de poder e cobiça, com slogans
agressivos, "por que você é mais você", " o carro que vai te levar ao topo", "o carro
que vai fazer a diferença", isso só reforça a imbecilidade do ser humano atual,
roubaram-nos o nosso tempo, e todos nós aceitamos passivamente, se ajoelhando
ao capitalismo destrutivo, jogando os valores de família no ralo do esquecimento,
quem tiver ótimas lembranças do seu passado lindo, por favor escreve, logo será
matérias e assuntos de livros literários.Belo poema amigo um grande abraço.

23 de outubro de 2011 às 09:48  
Blogger eliane fernandes disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

29 de outubro de 2011 às 15:40  
Blogger eliane fernandes disse...

Esse texto tras lembranças maravilhosas de um passado rico do nosso país.Lembra um tempo em que o sonhar era respeitado e que a vida transcorria de maneira bela como nas linhas de um poema.A Rádio Nacional tinha uma programação que era transmitida em território nacional e seus programas tinham auditório assim como os programas de TV.A novela de rádio estimulava a imaginação das pessoas.Ano que vem comemoraremos 90 anos da primeira transmissão de rádio no Brasil e também os 90 anos da Semana de Arte Moderna. Eramos felizes e não sabiamos

29 de outubro de 2011 às 15:47  
Blogger Leila disse...

É mesmo..antigamente éramos unidos..as famílias eram a base da sociedade.

Tempos bons que não voltam mais.

Lindo poema..obrigada amigo.

19 de novembro de 2011 às 13:33  
Blogger Lidiana Martins disse...

Adorei. Parabéns poeta.
Sempre acreditei que o o poeta é quem canta a vida em palavras melódicas. E você faz isso muito bem neste poema.
E sem contar que trouxe-me à tona minha saudosa infância.
Um abraço.

19 de novembro de 2011 às 14:07  

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