segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DRUMMOND DE SEMPRE

Dia de Carlos

O que dizer ao poeta
que se livrou do ar....
As coisas aqui continuam
iguais de quando viajastes!

Nada mudou os homens
são os mesmos e até o
amor continua reverso
como sempre!...

Somos sobreviventes
de uma vida igual...
As pedras continuam
no caminho de retinas
fatigadas de capital!

O amor continua impuro
pela estreita janela
de preconceitos, os
homens estão nadando
na corrupção como sempre!

Fome, miséria não
são novidades!...

Mas queria lhe entregar
uma flor que sempre
merecestes porque és
a flor irresignada, o
homem que esqueceu
a artéria do mundo para
viver naufragado na poesia!

As vezes esquerdo, as vezes triste,
combatente, coerente, árido,
sarcástico e frio, mas nunca
lhe faltou o amor pela
humanidade desapercebida!


Autor: Roberto de Araújo



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O TEMPLO AZUL DA POESIA

Eu sou a espera
da sua chegada,
não sou nada
sem sua quimera!

Sua luta como a
de todos não muda
é a repetição do
teatro da vida!

Espero ansioso seu "oi"
de moça madura que
vale mais que todas as
aventuras da idade pura!

O seu perfume vem até
meus sentidos e a vida
vai se estreitando no
vazio do cotidiano só
enfrentado pelo
coração do menino!

O namoro azul
do ritual das mãos
dadas e suadas
em busca do além!

O tempo nos separa,
mas renego-o e travo
uma briga, não aceito
essa ferida, que se justifica
só com a ida para o céu!

O azul do seu corpo
me remonta histórias
nesse tempo de açucar
da doce ilusão!...

Amor eterno amor!...


Autor: Roberto de Araújo

AMOR SEMPRE AMOR

Eu sou a espera
da sua chegada,
não sou nada
sem sua quimera!

Sua luta como a
de todos não muda
é a repetição do
teatro da vida!

Espero ansioso seu "oi"
de menina pura que
vale mais que todas as
aventuras da idade madura!

O seu perfume vem até
meus sentidos e a vida
vai se estreitando no
vazio do cotidiano só
enfrentado pelo
coração do menino!

O namoro em cores
do ritual das mãos
dadas e suadas de
amores em busca
da estrada do além!

O tempo nos separa,
mas renego-o e travo
uma luta, não aceito
essa ferida, que não se
justifica e imploro aos céus!

A escultura do seu corpo
me remonta histórias
nesse tempo de açucar
da doce ilusão!...

Amor eterno amor!...


Autor: Roberto de Araújo

domingo, 23 de outubro de 2011

A CHUVA INTEMPORAL

Recolho-me junto
com a chuva que
cantarola no telhado
de todas as épocas!

Épocas do meu pai
montado no burro bravo
tangendo o gado comportado,
minha mãe fazendo iguarias
para os filhos com os olhos
fervorosos impacientes!

Nós encantávamos com
a Revista Cruzeiro que
desfilavam craques dos
grandes Clubes e a Rádio
Nacional anunciava as
delirantes novelas
de Humberto Faiçal!

Essa chuva brincava
lá fora em melodiosa
dança do caterete
e nós acobertados
sonhávamos com a
juventude que não chegava!

Queríamos assistir filmes
impróprios de mulher pelada,
Brigite Bardot, Elizabeth Taylor
e outras tantas que povoavam
hollywood que delícia infanto-juvenil!

Os amigos eram de verdade
a vizinhança a extensão
da sagrada família!

Rua Tiradentes a lembrança
do grande alférez, Rua Sete
de Setembro a independência,
Rua América e adjacências
as boates de lindas mulheres
que não podíamos entrar!

Que mar de saudade...
que essa chuva traz o
retrato da felicidade
que passou tão rápida
e nós afoitos para sermos
gente grande como meu pai!


Autor: Roberto de Araújo.



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ORAÇÃO AO DIA DA CRIANÇA

Já na idade madura
cansado no físico e
na alma, cheio de
descrenças no homem!

Assistindo crianças
que não têm não tiveram
e não terão infância!

Políticos e empresários
calhordas de fina estampa
engajados ao capital sujo!

O ideal de há muito na sepultura
dos anos que não voltam mais!

Não há movimentos de vanguarda
para mudar o mundo há um bando
de carneiros seguindo a ração
que lhes é permitida na boca seca!

Eis que escuto um estampido
de foguete é o dia da criança
e a criança já empoeirada
no boneco lá no fundo
do guarda-roupas salta!

Surge como luz verdadeira
e faz bater meu coração
de forma inusitada e coerente!

Saio de calças curtas e pego
na poesia já descrente para
zombar do mundo e recobro
que esse dia é o único dia sério,
que todos ganham o presente
da sua criança ressurgir ao mundo!

Vejo a professorinha nos enfileirando
no Grupo Escolar para irmos para o céu,
embora os homens de casaca não pensam assim!


Autor: Roberto de Araújo

domingo, 9 de outubro de 2011

O AMOR MADURO


Senhora menina
que tanto fascina
seu corpo é leite
que escorre
no meu corpo
sedento de amor!

Pantera que domina
como fera maternal!

Quero esse carnaval
de misturas e vinhos!

Esquecer o passado
nesse recanto amado,
na dimensão do coração!

Momento mágico
prazer compartilhado,
para conjugar o verbo
úmido de amar!

A vida é o pêndulo
de idas e vindas
mercê desse frescor
regado ao vinho dos corpos
que exala do transe fatal
para esquecer todo o mal!

Nosso mundo pára
a só se observa a rotação
e o tremor dos corpos
fora da órbita no êxtase final!


Autor: Roberto de Araújo





o tremor dos corpos

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O QUE NÃO CONHECEMOS


Canta e se decanta
o amor esse movedor
de vidas, de paixões,
ilusões e sobra o suspiro
por sobre às águas!

Não conhecemos do amor
este incondicional que
ultrapassa o tempo a
presença, conhecemos
a doença desse amorzinho
que se vende nas
lojinhas de esquina,
que o dinheiro e a
sobrevivência estão
em primeiro lugar!

Amor amor mesmo,
não é para os humanos,
tavez para os animais
irracionais, que não
possuem conta bancária
nem preconceito!

Esse amor sequer
tocamos nele a
cultura impede e
ficamos nesse amorzinho
barato, que as vezes
está em liquidação!

Não perca seu tempo
por essa luta,
pelo inatingível,
deixa apenas para
os poetas que são
do espinhoso ofício
e enxergam o puro
orvalho do amor antes do
sol da manhã derretê-lo!

Autor: Roberto de Araújo


domingo, 2 de outubro de 2011

CAMINHO SEM

Céu... éu... éu...
meu corpo
infinito!

Chão... ão...ão
amor... mor... mor
eu... eu... eu...
egoistamente,
mente... mente...

Universo
sorte de onde estar,
ar... ar... ar...
o passarinho
voa sem rumo!

O homem procura
estrada STOP!


Autor: Roberto de Araújo