segunda-feira, 27 de setembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
O FINAL DA OBRA
A imperfeição humana
está na exploração do homem
pelo homem, seu irmão de planeta!
A primavera transbordando
flores aos borbotões vem nos
dar lições de como amar o universo.
Mas o homem perverso, fraco
e medroso prefere apunhalar
seu próximo pra que não fique próximo.
Qual é essa inteligência
apregoada aos humanos,
que só enxergam os seus
próprios horizontes?
O horizonte achatado
como um capacete largo
na cabeça, que veda os olhos
à visão infinita da bondade.
Guerra é terror que não queremos,
mas se os homens não acordarem
para o bem coletivo será inevitável,
nesse planeta azul que agoniza em
cinzas, no deserto da gula desse
animal tido como racional.
Autor: Roberto de Araújo
terça-feira, 21 de setembro de 2010
O PORTO DA FELICIDADE
Solange ginga com
toda magia como quem
manobra um veleiro.
Na passarela do concreto
mercador todos se
transformam
em geleia carnaval.
Lá vem a Porto da Pedra,
que se contrapõe com as plumas
azuis da passista nota mil!
Só o Brasil brasileiro de pandeiro,
surdo e tamborim pode produzir
uma beleza sem fim
na pele nua de Solange Gomes
protegida pelo galho de arruda!
É carnaval, todo mal é esquecido,
toda emoção transborda
na platéia ensandecida que
abre alas para a divina passar.
Seus seios dourados resplandecem
em luz no semblante do povo sofrido
e por um instante a felicidade
mora em seus olhos cansados!
O tigre vira gatinho e
o amor de mansinho
soa eu quero mais
dessa bebida que
embreaga os sentidos
e dá retidão ao amor perfeito.
Autor: Roberto de Araújo
domingo, 19 de setembro de 2010
QUASE CRÔNICA-POESIA-ECONOMIA
A criação do ensino privado,
o oneroso plano de saúde,
o automóvel particular são os
grandes males dos séculos XX e XXI:
A separação das elites, o desprezo
aos pobres, o surgimento das
enfermidades pela locomoção
motorizada, a saúde que tem preço
e a banalização da saúde pública.
Precisa-se de convocar
urgentemente o coletivo:
O ônibus, o metrô, o trem bala,
o ensino das décadas de 70 e
anteriores, quantos sabores,
tudo pela comunhão social.
A saúde única pública será
essencialmente boa.
O modismo ocidental se
não se transformar rapidamente
em democracia social, já se
avizinha uma guerra civil
sem precedentes, estamos
doentes pela tecnologia, mas
o ser humano precisa de carinho,
pão e amor no coração.
Autor: Roberto de Araújo
sábado, 18 de setembro de 2010
A ETERNA MODA
A moça passa pela rua
e atrai o olhar de todos,
não depende da época,
da moda, da bolsa de
valores, do sistema de
governo, sua beleza está
acima de tudo e vai até ao infinito.
Viver as vezes se pergunta para que?
Mas quando aquele violão andante
de pernas torneadas, penetra pelo
corpo inteiro e me enche de toda
emoção, o coração não indaga nada!
Essa gota de mel que a vida oferece
mediante tanto amargo cruel,
agradecemos aos céus essa dádiva
imperdível de sabor tão autêntico,
como o ouro na burra do avarento!
Não me deixem só, preciso da
poesia de todos, da lenda de todos,
não posso ficar a ver navios aqui
chorando para mim mesmo, até
que a moça intemporal sorria
para mim pelo menos uma vez!
Autor: Roberto de Araujo
domingo, 12 de setembro de 2010
VIDA POR QUE?
Na possibilidade do vôo
o pássaro vai equilibrando,
como eu equilibrista do vôo
rasante que a turbulência
nos arrasta à resistência
da gravidade!
A vida de chumbo fere
minhas asas, mas sigo
lutando como guerreiro
na trilha de Cristo,
que venceu sem ressentimentos
e sem arrependimentos!
O vôo é a lança
que obriga a vida,
não há recuo há gerações,
porque há de existir
a terra prometida!
Autor: Roberto de Araújo.
o pássaro vai equilibrando,
como eu equilibrista do vôo
rasante que a turbulência
nos arrasta à resistência
da gravidade!
A vida de chumbo fere
minhas asas, mas sigo
lutando como guerreiro
na trilha de Cristo,
que venceu sem ressentimentos
e sem arrependimentos!
O vôo é a lança
que obriga a vida,
não há recuo há gerações,
porque há de existir
a terra prometida!
Autor: Roberto de Araújo.
sábado, 11 de setembro de 2010
O REENCONTRO
Como eu menino
gostaria de abraçá-los
e pensando como adulto
lhes dizer do meu amor verdadeiro.
Em agradecimento eterno
contaria dos meus percalsos,
minhas dores e culpas e
pediria de joelhos o perdão
pela pueril incompreensão!...
O Mundo me foi bem explicado,
mas o ímpeto juvenil não entende
os espinhos cruéis da vida.
Mas lá no fundo com
toda dureza da vida...
vocês sempre acenaram
com a alegria de viver
com a compreensão da
incompreendida mocidade.
Reencontro-me agora e depois
para lhes pedir a benção
para todo o sempre,
a única coisa fiel
que um filho pode receber!
Autor: Roberto de Araujo.
gostaria de abraçá-los
e pensando como adulto
lhes dizer do meu amor verdadeiro.
Em agradecimento eterno
contaria dos meus percalsos,
minhas dores e culpas e
pediria de joelhos o perdão
pela pueril incompreensão!...
O Mundo me foi bem explicado,
mas o ímpeto juvenil não entende
os espinhos cruéis da vida.
Mas lá no fundo com
toda dureza da vida...
vocês sempre acenaram
com a alegria de viver
com a compreensão da
incompreendida mocidade.
Reencontro-me agora e depois
para lhes pedir a benção
para todo o sempre,
a única coisa fiel
que um filho pode receber!
Autor: Roberto de Araujo.
domingo, 5 de setembro de 2010
O NOSO SETEMBRO
Sol de setembro nublado,
folheado a ouro, alegra
a terra já quente que
espera brotar as sementes.
Cheiro de café coado...
Cadê Zezé, Miltinho,
Carlinhos, Zé Antônio,
Papai e Mamãe?
Esse cheiro de café,
esses coqueiros com
passarinhos gorjeando,
não precisava de mais nada,
nem de ganhar na loteria!...
Podia ser como na fotografia
nunca apagar nossa infância,
nossa mocidade: Essa vontade
de namorar com aroma de céu e mel.
Como carrocel deviamos
viver na moldura desse
quadro fotografia memória !
Pra que tanta luta..
bastava esse sol de setembro,
essa vontade de brincar na horta,
esse amor no balanço da mangueira.
Onde estará ela, que através do seu
olhar a vida se completava inteira!
Tenho certeza que se ontem
fosse o agora você não teria
negado o beijo de outrora!
A saudade do futebol amador,
onde a camisa valia mais do
que hoje muitos milhões!
Não havia patrões,
melões doces no terreiro,
era doce caseiro o ano inteiro.
Mais muito mais infância
e amor não me deixem só
pensando no próximo setembro,
quero pelo menos ser a fotografia,
porque esta poesia não consegue
eternizar nem apalpar esse momento.
Por que só agora os olhos da saudade
conseguem sentir e comprender tudo?
A metáfora da vida!...
Autor: Roberto de Araújo.
A INOCÊNCIA DO ESPERMA
Para os moralistas de plantão
da probabilidade sem culpa
fecundou o óvulo no
turbilhão das expectativas!...
O DNA já cravado
nesse novo ser
nunca se libertará
do seu destino genético,
patético, frenético, poético e tal!...
Nascido no berço, no beco,
no ralo do esgoto, no cimento,
não há escolha, há causalidade,
do aconchegante ou despresível!...
O anti-dna, o soma externo,
completa a criatura, com frescor,
perfumes ou odor e horror!...
A condição humana
nunca foge a igualdade
do bem ou do mal!...
O DNA e o ANTI-DNA
selam o caminho pré-fixado,
pré-formado, pré-exposto,
pré-composto ou descomposto!...
Seu fim não depende de mim
nem do alecrim, mas do estrato
ou substrato que determina
multiformas de ultimação!...
Não há culpados
não há inocentes
há sementes e precisa-se
anunciar o perdão,
a única forma de superação
do frágil eu, contigo,
comigo e sempre só!...
Autor: Roberto de Araújo