quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O NOVO ANO VELHO



O desapego nos pega
na contramão, não
há compreensão do
estar no mundo e
pensamos ser eternos!

A vaidade tem idade,
tempo e cai no precipício da
inutilidade com a sucessão
pertinaz dos janeiros maduros!

Beijamos o vento,
brincamos de ausência,
só possuimos o amor finito,
o qual apenas conhecemos!

Há o estômago que não sacia...
Há a vida que corre o sangue
rubro para perplexidade
do mundo e sua insensatez!

Só há um caminho rumo
a glória eterna, porque
nosso terno se suja de
pequenas imbecilidades,
a rua está cheia de lama,
pára-lama da existência terrena!

Nesse novo ano velho
desprendamos de nós,
abraçando o coletivo
dando um tempo
ao mesquinho de nós.
E o amor verdadeiramente
derramará em nossos corações!


Autor: Roberto de Araújo

domingo, 26 de dezembro de 2010

A PASSAGEM



A solidão do morto
nos impressiona e
ali nos depositamos!

Solitariamente morto,
a vida terrena perdeu
todos os encantos e ilusões
naquele velório da pacificação!

Havia alegrias, vontades,
esperanças, perseveranças
por dias melhores. Vive-se de
eternidade morre-se de acaso!

Ali está! Imóvel e frio,
poucos ou nenhum amigos.
Viveu a batalha sobre a terra,
agora se entrega a ela sem preço,
em sua derradeira moradia!

Passou humilhações, privações,
sol, frio, mas tinha um sorriso de
esperança, de belas histórias,
de sorte no casamento e progresso,
todos os excessos de pia e agora nada!

Alguns poucos assistem
o golpe final daquele corpo,
o deslocamento à sepultura.
Com ele e através dele tudo
desaparece com a brancura
da incompreensão humana!

A sua última cena
seu último estágio.
Nada leva consigo e
quase nada amealhou
nesse mundo do sol!

Morre sem mídia e sem alarde,
igual ao nascimento, que se cruzam
na linha reta do desaparecimento!

O cultivo sobre a terra,
depois ela nos cultiva
em todos os lugares,
porque não há lugares,
há disposição de homens
sobre a terra no começo
e no fim sempre impiedoso!

Só os anjos nos esperam
para o outro plano sem plano,
para justificar esse passado
sem passado!...


Autor: Roberto de Araújo

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O NATAL INESQUECÍVEL



O velho casarão
sempre novo na memória!

Tudo reluzia como ouro,
naquela simplicidade rústica
da parede sem reboco!

Os irmãos, a família,
não havia melhor alegria,
mas sempre os sonhos
tiravam a gente da plenitude
do momento mais feliz!

A beleza postiça do estrangeiro
era uma luz irradiante, penetrante
que tapava nossos olhos da
verdadeira infância pelas
imagens vinda de hollywood!

Era natal, cabrito assado,
quanto cheiro de guloseima
que penetrou em nossa mente!

No campo de bola rolava o capotão
melhor presente do Papai Noel,
do papai hoje no céu que
entregava seus momentos ao
nosso prazer infanto-juvenil!

A gente pára e pensa
natal é aconchego e perdão,
todos se rendem sensíveis
na visão holística oriental,
como uma força extraterrena,
que pena não ser por todos os dias!


Autor: Roberto de Araújo

domingo, 19 de dezembro de 2010

O PROTESTO NATURAL



Quando se derrama
o leite, não há regime,
não há governo, há fato.

A cultura que se impõe
é sempre a velha história
do poder pelo poder cômodo.

A coragem é artigo de luxo
que a rebeldia causa inveja,
a esses cansados que desejam o
Estado posto e seu estômago saciado!

As prostitutas continuam aí,
os entorpecentes também,
o carro SL, a aristocracia,
as baionetas, o poder da força.

Não lhes importam os que estão
a beira do lixo só interessam
o luxo que lhes convém!...

Mas a contra cultura resgata
o nojo contra os impositores:
O amor e o perdão jamais
terão armas para impedí-los.
Esse é pássaro do vôo altaneiro,
essa é a resistência, a guerrilha
interna que jamais alcançarão!..


Autor: Roberto de Araújo

sábado, 18 de dezembro de 2010

O PÊNDULO DO RELÓGIO



Todos os natais passados,
todos os anos novos envelhecidos,
vêm como turbilhões nos
arrastando para novos
natais e novos anos!...

Não há como desvencilhar
dessa retórica humana.
Temos que nos renovar
então vamos enferrujar
antes da ordem natural.

Esse indelével clima do fim de
ano salpica no mundo inteiro,
precisamos nos enganar, para
não morremos de imobilidade
mental, física e sentimental!...

É banal mas é natal !...
É repetitivo mais é ano novo!...
O velho que inventamos
temos que sustentá-lo
para um novo renascer.

Assim, eternas crianças,
nessa espaçonave que
a gravidade nos coloca
de pé como bonecos,
para repetir um milhão
de vezes:É natal é ano novo!

Feliz natal e ano novo
para todos que acreditam,
com seus sapatinhos na janela!


Autor: Roberto de Araujo

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A CORAGEM DA LIBERDADE



Jornalista Roberta,
a missão aberta
para descortinar
o mundo das
injustiças e falcatruas.

A mensageira da verdade,
prega a liberdade incondicional.
Há um misto de nacionalismo,
brasileirismo movido a ideal.

Sua nobre função traz o lírio aos
campos minados da corrupção.
É a voz dos fracos, dos sem vozes
nesse País que ainda respira
dominação do capital massacrante.

Seu nome de pia é Roberta só,
Jornalista só, mas Liberdade total,
com notícias que deixam de pé
as colunas da verdade nua e crua.

Seu nome está escrito no livro
dos libertários, das idéias que
se transformam, do homem
que esperança, do mundo
que clama por dias melhores.

Você conta nessa conta
altaneira de poucos que
reagem e não aceitam
o domínio cruel dos povos.

Seu ideal jamais desaparecerá
no tempo, no vento,
no esquecimento!...

Feliz aniversário esse relicário
que você faz jus trazendo
um dia, quem sabe, a boa
notícia para um povo
que merece ser feliz!...

17.12.2010


Autor: Roberto de Araujo

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O NATAL NA BERLINDA



É natal ou quase natal...
para os afortunados!

Havia um menino
que acreditava
em Papai Noel.
Achava que o mundo
era um torrão de neve
com casas aquecidas,
muita comida, muito
amor e aconchegante calor!

Depois o menino cresceu
e conheceu o bandidismo,
o imoral dos homens,
a falta de perdão e a discriminação.

E o natal passou a ser uma
data para dividir o planeta
em felicidade e tristeza
que tristeza. Mas é natal
precisamos acreditar que
todo Papai Noel vem nos
socorrer desse mundo imundo!



Autor: Roberto de Araújo

domingo, 12 de dezembro de 2010

A UTOPIA DO CANTO OPERÁRIO



Da caverna a
alta tecnologia.

A gula, o capital,
a máquina silenciosa
pregam a paz com
tampões de peneiras,
mas a grita social
florece aos borbotões,
por todos os cantos e porões!

É que a injustiça incomoda
até os pássaros que voam
no azul pacificado!...

Não há normalidade,
há burguesia cômoda e
esmaga a pobreza que de
olhar piedoso pede clemência.

Essa história da humanidade,
com calhordas não vai ter fim.
Há um perfume falso
que impregnam afortunados.

É o homem que segue
pelas ruas vazias e
enxerga a real utopia,
mas não consegue agarrá-la.

A luta incansável continua,
o balanço da irresignação,
pelo não dividir que se protesta,
ainda que seja tudo inútil!


Autor: Roberto de Araújo

sábado, 11 de dezembro de 2010

PENSANDO A BEIRA DO MAR



Apanhar conchinhas
no fundo do mar ou
apenas meditar sobre as
águas de dentro de mim?

Há um sem fim de passado
e quero viajar na companhia
dos grandes amigos, sorrir o
sorriso gracioso despretensioso
que compõe a razão e o alento
de estar nesse mundo!...

Onde estará a aurora
das nossas vidas passadas?
Onde estará o prazer
incontrolável do amor?
Nos lábios, na pele, no olhar?

Há uma folha branca e a caneta
que me convidam ao consolo
dos doces tempos destempos,
esses que param em nossa memória,
como castigos ou recompensas,
do carnaval que se foi, do lança
perfume, do filme que não respinga
mais o gosto do mel doce mel!...

Sobreviventes é hora de outro
caminho, espero que venha
como luz diante das águas do mar,
com o olhar deslumbrante de menino!


Autor: Roberto de Araújo

domingo, 5 de dezembro de 2010

O HOMEM E O CACHORRO



O cachorro na porta
do Supermercado...
Os homens entram
e saem com compras
variadas consumiveis.

O cachorro pensa, medita,
com as orelhas descansadas
no fucinho e seu olhar longínquo.
O Homem animalescamente
compra pelo estômago em fúria.

O homem sai mecanicamente
do estabelecimento, no cimento
o cachorro abana o rabo, numa
alegria incontida, sem igual,
porque ele é mais racional.

O consumo consomem a todos,
mas o olhar e a alegria do cão
escorre por toda eternidade!


Autor: Roberto de Araújo

sábado, 4 de dezembro de 2010

O MELHOR DO TEMPO



A estrada pó, o redemoinho:
O menino deslumbrado
com os olhos regalados...
A tecnologia a magia
desse tempo sem tempo!

Todos querem
o contentamento:
A acomodação do
ser em plenitude.

A busca é uma
permanente crônica
doença do ter para ser!

Mas os verdes mares,
as suaves montanhas,
o azul da minha mente
valem mais do que todo
o dinheiro egoista da terra!

Míngua-se o tempo
coloque-o no bolso,
aprisione-o, não deixe
ele tomar proporção
insustentável: Stress!
Stress!... Só o tempo
do olhar, da tartaruga
conjulgam o verbo amar!


Autor: Roberto de Araújo